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A área de Recursos Humanos de toda empresa deve preocupar-se com indicadores que medem o desempenho da produtividade do trabalho, do planejamento financeiro e tantas outras métricas. Portanto, como para tantas outras áreas, o retorno sobre o investimento (ROI) possui um papel essencial para o trabalho, pois mede o impacto de uma nova contratação. Segundo Juliana Ribeiro, Gerente Sr. da Page Personnel, o processo de integração é fundamental para a obtenção de um ROI positivo:
Investir no onboarding é uma ótima maneira de se pensar nisso, é uma forma estruturada do novo colaborador entender como funciona a companhia, o que é esperado dele, área com que ele se relacionará, quem são os stakeholders com os quais terá envolvimento. É um esforço que deve vir da área que vai receber essa pessoa e do Recursos Humanos, em conjunto. Quanto mais ela se sentir confortável na posição, tiver acesso a ferramentas e pessoas, clareza do que é esperado dela, maiores as chances de trazer um retorno rápido e eficiente.
Mas quanto tempo leva para uma empresa obter um ROI positivo em uma nova contratação e esse período corresponde ao período que a nova contratação pretende permanecer na empresa?
Quando uma empresa faz uma nova contratação, ela gasta muito dinheiro na taxa de recrutamento (interna ou externa) e tempo no processo. Em seguida, vem a iniciação, o treinamento, o coaching e a integração adequada, além do salário dos primeiros meses. Nesse ponto, o retorno do investimento é zero.
Indo além, quantas organizações obtêm um retorno sobre o investimento nos primeiros 12 meses? E o que fazer quando perceber um ROI negativo? Juliana explica:
Deve-se identificar onde está o erro: performance individual da pessoa, existência de um gap em questões de orientação, liderança, suporte, treinamentos; existe ainda a possibilidade de a própria área não estar preparada para determinados projetos ou mudanças, o que também tem impacto.
O RH deve considerar também as aspirações de carreira do novo contratado. Não existe mais um “trabalho para a vida toda”, mas pessoas em busca de constante melhoria.
Se uma pessoa ficar por 5 a 10 anos, o retorno do investimento não deve ser problema. Mas a geração chamada “millennials”, em particular, não pensa em 5-10 anos quando aceita um novo emprego. Eles estão pensando de 2 a 3 anos, na melhor das hipóteses, e a permanência média poderia ser de apenas 18 meses. Empresas obtêm um ROI positivo em 18 meses?
O desafio para as empresas é como encontrar pessoas que vão permanecer por mais 5 a 10 anos. E se isso não for possível ou realista, como eles garantem que uma nova contratação permaneça por 2 a 3 anos e dê a eles um ROI positivo? A solução não é fácil. A mentalidade do funcionário de geração mais nova, juntamente com mais oportunidades, mais mobilidade, mais compartilhamento de informações, significa que há maior consciência das possibilidades do que antes, portanto, mais chances do colaborador olhar além da contratação.
Richard Branson, empresário e escritor de diversos livros, resume bem a situação com sua filosofia de que uma empresa precisa "treinar bem as pessoas para que possam ir embora, mas tratá-las bem o suficiente para que não queiram".
De maneira geral, o empregador deve pensar em quão rápido pode obter um ROI positivo com as novas contratações, mas se não estiver pensando no que virá a seguir para seus funcionários de alto desempenho, correrá o risco de perdê-los.
Isso é olhar para o problema de uma perspectiva holística, quando é claro que existem diferentes desafios e nuances em profissões diversas. Um vendedor pode ficar no cargo por apenas 6 meses, mas se obter um grande negócio durante esse período, pode muito bem ter retornado um ROI positivo. Outra pessoa pode estar em uma função semelhante por 5 anos, mas não entregar uma grande vitória e todo o tempo e dinheiro que absorveu, ou seja, não foi um ROI positivo.
Se mudarmos para o RH, um contratado sênior poderia passar de 2 a 3 anos em uma função tentando implementar novas medidas, mas enfrentaria obstáculo após obstáculo e sairia sem realizar nada. Sua substituição virá e iniciará o processo novamente, o que significa que o investimento é negativo duas vezes.
Na outra extremidade do espectro de ROI estão algumas das maiores empresas digitais do planeta. No nível executivo dessas organizações de bilhões de dólares, as pessoas podem ir e vir rapidamente, mas a propriedade intelectual da pessoa muitas vezes terá feito uma diferença positiva.
Para a maioria das empresas, no entanto, existe a preocupação real de que os custos financeiros e o tempo necessário para fazer e incorporar novas contratações estão aumentando, enquanto o tempo de permanência em uma nova posição parece estar diminuindo. O desafio de obter um ROI positivo de novas contratações está ficando mais difícil.
Os empregadores podem equilibrar a necessidade de investir e desenvolver os funcionários com o desejo de ver o retorno sobre o investimento de sua contratação antes de os colaboradores seguirem em frente com as seguintes estratégias:
• Considere os diferentes desafios e nuances de ver o ROI de diferentes funções e posições;
• Entenda que o ROI parece diferente entre os setores. Por exemplo, vendas geradas no varejo versus contribuições de propriedade intelectual no digital;
• Lembre-se da filosofia de Richard Branson de que uma empresa precisa "treinar bem as pessoas para que possam ir embora, mas tratá-las bem o suficiente para que não queiram". Juliana Ribeiro ainda complementa:
Antes ainda da contratação, no momento da definição e alinhamento do perfil, deve-se entender o que a empresa espera do profissional nos primeiros meses, no primeiro trimestre, no primeiro ano. Baseando-se nisso, podemos entrevistar candidatos que tenham tido experiências, implementação de práticas e mudanças, de modo a analisar competências e perceber o que o candidato já passou que pode vir a ser de utilidade na vaga oferecida. Dessa forma, a obtenção de um ROI positivo pode ser facilitada.
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