Perspectivas para gestão do agronegócio

Com o ambiente de crescimento dos últimos anos e pela característica inerente ao setor, o agronegócio vem sendo alvo de uma forte transformação que se diz respeito a estrutura organizacional e de governança corporativa, caminhando a passos largos para maior profissionalização.

Desta forma, mesmo com a pandemia global que vivemos, e apesar do ambiente econômico global desfavorável, por ter sua resiliência calcada em ser uma atividade base para a manutenção da vida, o setor se manteve ativo no processo de transformação da sua forma de gestão e buscando cada vez mais a capacidade de progredir dentro um ambiente de negócios moderno e dinâmico.

Tradicionalmente, o país tem uma capacidade de formação bastante sólida do ponto de vista acadêmico e técnico neste segmento, mas sempre se mostrou carente de executivos que trariam inovações e boas práticas para este mercado, principalmente no que tange às funções de suporte as áreas de negócio como Finanças, RH, TI e supply chain. Com este novo empurrão econômico, o movimento de profissionalização do setor, que já acontecia em velocidade acelerada, ganhou um motivador adicional, fazendo com que as empresas olhassem para executivos de outros setores, tentando captar e acelerar a implementação de boas práticas e melhoria de performance.

No setor, as empresas que anteciparam este movimento e já tinham sua estrutura de forma moderna e eficiente conseguiram aproveitar o momento e se ajustaram rápido, ganhando alavancagem de crescimento em relação aos concorrentes, que apesar da continuidade da demanda, por atrasos em suas próprias questões estruturais não conseguiram performar tão bem..

Outro acelerador desta tendência vem do mercado financeiro, intimamente ligado ao setor agro por sua demanda de capital intensivo e crédito. Com os fundos e investidores capitalizados, a taxa de juros Selic em seu menor valor histórico, a transformação do mercado financeiro nacional e a pulverização dos investimentos para o varejo, o ambiente está muito receptivo para estas operações financeiras, impulsionando o agronegócio a se adequar as melhores práticas de gestão que esse mercado pede, para aproveitar dessa ferramenta de alavancagem de crescimento.

Assim, com a melhoria da governança corporativa, do processo sucessório, da eficiência organizacional e um nível superior de compliance, as empresas deste segmento em franca expansão se tornam investimentos com risco x retorno interessante para estes players, carentes de bons projetos para buscar rentabilidade sem riscos imensuráveis ou mesmo de players maiores expandirem seus negócios.

Desta forma, seguindo esta linha que o mercado tem nos mostrado, do ponto de vista de recrutamento, temos sentido três principais de demandas:

  1. O recrutamento de profissionais da área técnica e de vendas especializadas, com muita profundidade na área de atuação. Basicamente, com estes perfis, seguimos a grande tendência da expansão da tecnologia do setor e do país como pioneiro em produção cientifica e de performance no Agro. Estes profissionais são capazes de alavancar as áreas de negócios, melhorar performance operacional, além de trabalhar, desenvolver e registrar novos produtos no país. Esta demanda tem surgido em empresas que já estão em processo estruturado de gestão e procuram trabalhar a profundidade técnica e a penetração no mercado, alavancando seu crescimento, para atender o aumento de demanda dos últimos anos.
  2. A contratação de perfis nos extremos da pirâmide hierárquica para as áreas de suporte (Finanças, RH, TI, Compras e outros). Neste caso, temos a busca por implementar/aprofundar a qualidade técnica de suas divisões, através de profissionais com o perfil de especialista para temas mais sensíveis da cada estrutura, trazendo profundidade técnica para o tema, porém sem sobrecarregar a estrutura com posições mais pesadas. Por outro lado, com menos gestores, as cadeiras de gestão tem se sêniorizado, buscando profissionais mais experimentados, com forte experiencia de gestão de times maiores e acostumados a conduzir processos de transformação rápida.
  3. E, por fim, a de executivos de C-level e conselheiros, mesmo que consultivos, para caminhar com o processo sucessório e a melhoria da governança corporativa de empresas familiares. Com este perfil bastante presente no setor e os últimos anos sendo mais delicados no momento do país, o movimento de profissionalização ganhou bastante força novamente. Nesta nova onda, temos uma nova maturidade do ambiente destes processos, tanto do lado das famílias quando dos executivos, tendo um planejamento mais estruturado e processual, visando capturar o melhor do conhecimento e da história da empresa com o oxigênio de uma gestão profissional.

 

Cada vez mais esse movimento se intensifica e deve ser um grande balizador para as empresas que buscam perenidade e liderança ou mesmo a preparação do negócio para um próximo passo, como venda ou busca de novos sócios.

A Page historicamente sempre esteve muito ligada ao segmento, mas cada vez mais, nossa plataforma de soluções integradas para recrutamento tem se mostrado uma ferramenta importante para estes movimentos. Com demandas diversas de volume, senioridade e tecnicidade diferentes, além de um ambiente de transformação mais agressiva, o conhecimento e sinergia entre a consultoria e o cliente se mostram um elemento chave para o sucesso.

Desta forma, produtos customizados e a construção conjunta de soluções nas mais variadas formas de recrutamento, tem se mostrado a ferramenta mais efetiva para acompanhar a transformação no setor. Nossa iniciativa é ser um pilar no setor e temos muito orgulho de fazer parte deste movimento que vai alavancar o Brasil em um dos seus principais motores e levar as condições básicas para a melhoria da vida no mundo.

 

Stephano Dedini, Executive Manager PageGroup

Stephano Dedini

Executive Manager em Campinas/SP